Orquestra Sinfônica da Fronteira faz concerto de estreia neste sábado em Corumbá

Neste sábado, 1º de novembro, às 20h30, o Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, em Corumbá, será o palco da estreia da Orquestra Sinfônica da Fronteira Sul-Americana (OSF). Com o concerto “Sinfonia da Integração”, a noite promete emoção, excelência artística e união entre povos irmãos, celebrando o poder transformador da arte.

 

Na apresentação de estreia, a OSF executará dois clássicos do repertório mundial: a Sinfonia nº 1, de Beethoven, e a Carmen Suíte, de Georges Bizet — obras icônicas que simbolizam a universalidade da música e o diálogo entre culturas.

Pela primeira vez na história do Estado, uma orquestra formada por músicos sul-mato-grossenses e bolivianos interpretará uma sinfonia completa de Beethoven em sua formação original. “Será um concerto inesquecível. É a realização de um sonho coletivo — o primeiro passo de uma orquestra que veio para ficar e representar a nossa fronteira em grandes palcos”, destaca o maestro José Maikson Amorim.

Um sonho que virou sinfonia

A OSF nasce do trabalho desenvolvido pela Orquestra de Câmara do Pantanal, projeto do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. A iniciativa, que sempre teve como propósito conectar culturas e transformar vidas por meio da arte, agora se expande com uma formação sinfônica inédita.

“A OSF é a concretização de um ideal: uma orquestra que nasce da fronteira, que acredita na força das diferenças e carrega o propósito de levar o nome desse território para o mundo”, afirma Márcia Rolon, diretora artística do Moinho Cultural.

“Queremos mostrar que é possível fazer arte em uma região difícil, provar que daqui também nascem coisas grandiosas e positivas. A música é a nossa resposta diante da violência — é o nosso instrumento de transformação”, reforça Vinícius Klaus, coordenador de música do Moinho Cultural.

A ideia da Orquestra Sinfônica da Fronteira começou a ser desenhada há cerca de três anos, em conversas entre o maestro José Maikson (Brasil) e o professor Diego Vaca (Bolívia). O projeto se tornou realidade em 2025, com o apoio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) e o incentivo do Moinho Cultural.

 

“Sempre sonhamos em ter uma orquestra sinfônica na fronteira. Algo grandioso, que mostrasse que Corumbá e Mato Grosso do Sul têm músicos capazes de tocar obras presentes nas maiores salas de concerto do mundo”, explica o maestro Maikson. “A OSF nasce para mostrar isso: que a arte da fronteira tem força, talento e excelência.”

Formação

Entre os músicos brasileiros, a orquestra conta com a regência do maestro José Maikson Amorim e o spalla José Antônio Méndez Barba, boliviano integrante da OCAMP.

Nos naipes de cordas estão Maria Fernanda Castilho AcostaMarco Antônio de SouzaAnalice MartinsGabriela Padilla (Bolívia), Kaíza AlvesKaroline Jarcem e Diego Cuéllar (Bolívia) nos violinos e violas; Emanuel Teixeira na viola; Valério ReisDaniel Castilho Acosta e Carlos Eduardo Oliveira nos violoncelos; e Yan Alves e Pedro Castedo nos contrabaixos.

Os sopros e metais incluem Jorge Gil (oboé), Anny Kellen (flauta transversal), Felipe Arruda (clarinete), Brunna Arruda (fagote), Lucas Ortiz (trompete), Raphael Conceição (trompa), Elverson MonteiroKaio Lucas dos Santos e Yago Douglas (trombones). A percussão é formada por Leandro HenriqueJoão EmanoelPaulo Henrique Nascimento e Clóvis Neto, com Vinícius Klaus ao piano.

Do lado boliviano, integram a formação Nicolás Ardaya (oboé), Juan Portal (fagote), Jairo Justiniano (trompa), María René Árias (flauta), além dos violinistas Ariel SuárezRebeca VillarroeJorge MonteroEvelin SarabiaJarol Alexis SuárezDalay Fernández e Carolina Mano Cuéllar. Completam o grupo os violistas Eimar Machado e Giuliana Frey, e os violoncelistas Franklin Coronel e Nicol Quispe.

Parceria

Durante o concerto de estreia, será assinada uma parceria entre o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e a Escola de Santiago de Chiquitos (Bolívia). O acordo marca o início da expansão do Sistema de Música do Moinho Cultural, metodologia desenvolvida pela instituição que integra música, dança, literatura e tecnologia em uma proposta de educação integral.

Cada núcleo poderá implementar o modelo completo ou adaptá-lo às suas realidades locais. A gestora da Orquestra de Chiquitos, Khatryn Whittaker, participará da cerimônia, simbolizando esse novo passo de integração cultural e cooperação entre os dois países.

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